Bom dia leitores da Coluna GIGANTES DO ROCK!
Nessa semana o GIGANTES traz para você: Chess Records, a primeira gravadora de músicos negros.
Com a chegada do som ao cinema multidões de músicos negros, que tocavam piano, violão e faziam as trilhas sonoras das salas de projeção, ficaram desempregados. Ali existiam músicos de raro talento, como Count Basie e vários outros desse nível. Eles não sabiam fazer outra coisa a não ser tocar, tocar, tocar ou tocar e precisavam manter as suas famílias.
Nesse momento de angústia, desemprego e falta de oportunidade, o caldo cultural da música negra americana começa a se moldar e vai dar origem a uma fusão entre o Gospel, o soul e o Rhythym & Blues (ainda com cheiro de senzala).
Com muita dificuldade os negros criaram pequenos espaços e salas de dança, situados em barracões caindo aos pedaços, distantes dos centros urbanos, preferencialmente na área rural. E lá, a duras penas, fervilhava o surgimento e o desenvolvimento de músicos talentosíssimos, mas ainda assim eram perseguidos e discriminados pelos brancos.
Se comprar um instrumento musical naquela época era complicado, para os negros era algo praticamente inalcançável. Gravar um disco? Totalmente fora de questão. As poucas gravadoras existentes apenas contratavam-nos como músicos de estúdio e, esporadicamente, algum entre eles conseguia a rara oportunidade de mostrar seu trabalho solo.
Quando um empresário enxerga na música negra uma mina de ouro.
No pós-guerra, com a explosão do ''Jitterbug'' (dançado e curtido pelos soldados americanos tanto nos EUA, como na Europa), não dava mais para conter a música negra.
Em 1947, um filho de imigrantes judeu-polonês enxerga nesse filão uma mina de ouro e a possibilidade de mudar de vida. Leonard Chess tinha o sonho de ficar rico e comprar um Cadillac. Nesse ano ele cria, em Chicago, a Chess Records, uma gravadora para os artistas negros.
O primeiro músico a ter um contrato assinado foi Muddy Waters e, quando seu primeiro hit fez sucesso e explodiu nas rádios, Chess deu um Cadillac de presente para Waters, o que acabou se tornando uma tradição, cada artista com sucesso ganhava um Cadillac de presente, daí veio o apelido ''Cadillac Records''.
Alguns nomes que passaram pela Chess Records foram: Muddy Waters, Little Walter, Etta James, Minnie Ripperton e Chuck Berry. Claro que passaram por lá muitos outros artistas, mas estas estrelas estão entre as que mais brilharam.
Gravar aconteceu. Mas a divulgação foi o grande ''X'' da questão.
Enfim resolvida a questão de '''onde gravar'' mas ainda havia a questão de ''como divulgar''. Timidamente, em algumas cidades americanas como Nova Iorque, Chicago, Detroit e St. Louis, alguns disque-jóqueis e algumas pequenas emissoras de rádio começaram a perceber a qualidade musical desse novo filão.
Com uma incrível velocidade, a audiência dessas emissoras aumentou de maneira relevante, pois os negros ouviam e propagavam essas gravações. Isso chamou a atenção das grandes gravadoras - como RCA e CAPITOL - que começaram a ampliar o espaço oferecido aos negros.
Até por que não dava para negar que músicos do quilate de Louis Armstrong, Cab Calloway, Billie Hollyday, Ella Fitizgerald já eram sucesso junto ao público dos Estados Unidos.
O fim da Chess Records
A gravadora segue seu curso até meados da década de 70, quando uma série de crises, brigas e discussões entre a diretoria e os músicos, força a Chess Records a encerrar suas atividades.
Mas uma coisa ficou marcada para sempre, no dia em que encerrou as atividades da gravadora, Leonard Chess embarca em seu Cadillac e, ao dobrar a esquina, sofre um infarto fulminante que provoca a sua morte. Emblemático, não?
Fique agora com alguns dos grandes sucessos da gravadora Chess Records.........
Etta James
Chuck Berry
Muddy Waters
Muddy Waters, com essa canção, inspira os garotos dos Stones a colocar esse nome na banda.
Na próxima semana: Gravadora MOTOWN, a consagração da música negra norte-americana.
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Até lá...
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